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Abraço

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Um abraço durante um show na Itália

O abraço (/ɐˈbrasu/), amplexo, ou gavinha, é a ação de envolver algo ou alguém com os braços mantendo-o próxima ao peitoral (apertar entre os braços e o peitoral).[1][2] Também é uma ação que pode demonstrar: afeto,[1][2][3][4] ou cumprimento.[2] (dependendo da cultura local). Um abraço em alguém pode demonstrar também proteção instintiva.

Na arquitetura, é um enfeite feito de folhas que se entrelaçam em volta de uma coluna.[1][2]

Na botânica, é um órgão preênsil (o apêndice vegetal) que une uma planta trepadeira a outra; gavinha.[1][2]

Apesar de apreciado por muita gente, esse gesto pode ser indesejado ou incômodo por quem possui afefobia, o medo de toques ou contato intercorporal,[5][6] ou hiperestesia, uma excessiva sensibilidade sensorial, comum no autismo.[7]

Especificações

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Um abraço pode ser um sinal de alegria ou felicidade
Um abraço após um show nos Estados Unidos
Um abraço depois de um jogo de vôlei no Canadá
Um abraço na Argentina

Um abraço, às vezes associado a um beijo, é uma forma de comunicação não verbal. Dependendo da cultura, do contexto e do relacionamento, um abraço permite que você exteriorize um sentimento de amizade, amor, fraternidade, ou simpatia.[8] Ao contrário de outros tipos de contato físico, um abraço pode ser feito publicamente e em privado, sem estigma em muitos países e em diferentes religiões e culturas, independentemente de sexo ou idade.[9] Geralmente é um indicador de familiaridade com o outro.

Pode também representar o abraço de urso, a ação de uma pessoa apertar fortemente outra entre os braços deixando-a imobilizada.[2] Ou o abraço de tamanduá, a ação de uma pessoa falsa que finge amizade, mas que pretende fazer um atacar.[2]

Em 2014, os sociólogos britânicos Eric Anderson e Mark McCormack publicaram um estudo mostrando que 93% dos jovens estudantes de esportes heterossexuais britânicos já abraçaram um amigo como sinal de amizade.[3][4] Outro estudo britânico com trinta homens heterossexuais que estudam esportes, foi publicado na revista científica Men and Masculinities em 2017 descobriu que 29 de 30 homens ja deram abraços e carícias na cama com seu amigo bromântico (relação íntima não sexual).[10]

Tipos de abraço

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Um abraço impessoal geralmente é apenas falado e não é dado de fato. Especialmente no Brasil, é comum cumprimentar ou se despedir dizendo "um abraço", mas muitas vezes não abraçando de fato. Esse tipo de abraço impessoal é um sinal de mínima intimidade mas é comum também entre pessoas desconhecidas. Ao se despedir numa carta, por exemplo, é relativamente comum dizer "um abraço", "abraço" ou "abraços". Na linguagem da internet - o internetês - isso pode ser ainda representado por dois colchetes, desta forma: []'s ou ainda por parênteses assim: ()'s ou mesmo escrito sob a forma de "abç" ou "abs" (não apenas na internet, mas também em uma carta ou bilhete informal). Esse tipo de expressão, no entanto, não é tão comum em outras línguas. No inglês, por exemplo, "hug" pode ser íntimo demais caso seja escrito ou falado e dificilmente tem o sentido impessoal. Emoticons parecidos com (づ ◕‿◕ )づ e emojis como 🫂 ou 🤗 e podem simbolizar ou lembrar abraços em trocas de mensagem.[11][12]

Na cultura popular brasileira, chama-se o abraço que exprime uma conotação sexual como "amasso" ou "abraço quente". Um abraço neste estilo consiste geralmente em apalpar, apegar-se ou apertar mais que um abraço comum, tipicamente considerado "com pegada" ou até mesmo fetichista.[13][14]

Amplexoterapia

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Acredita-se que abraçar seja uma ótima terapia contra a tristeza e a depressão, pois o abraço seria muito mais do que um simples "apertão" de braços, e que no momento que abraçamos afetuosamente a quem apreciamos, transmitimos ali emoções como o amor e a paz.

Referências

  1. a b c d «Abraço». Dicionário Dicio. Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  2. a b c d e f g S.A, Priberam Informática. «Dicionário Priberam». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  3. a b Anderson, Eric; McCormack, Mark (1 de junho de 2015). «Cuddling and Spooning: Heteromasculinity and Homosocial Tactility among Student-athletes». Men and Masculinities (em inglês) (2): 214–230. ISSN 1097-184X. doi:10.1177/1097184X14523433. Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  4. a b Alford, Henry (27 de setembro de 2014). «The Bro Hug: Embracing a Change in Custom». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  5. Jones, Alisha (20 de dezembro de 2024). «The Vagina Dentata: A Case for Unlocking Mouths, Loosing Hips, and Spreading the Gospel of Healing Women's Sexual Performance Anxiety». Yale Journal of Music & Religion (1). ISSN 2377-231X. doi:10.17132/2377-231X.1271. Consultado em 8 de junho de 2025 
  6. Silva, Débora dos Santos; Gomes, Cícera Maria dos Santos; Marinho, Ana Olívia de Oliveira (30 de janeiro de 2018). «Afefobia em Foco: filme Repulsão a partir do prisma psicanalítico». ID on line. Revista de psicologia (39): 786–795. ISSN 1981-1179. doi:10.14295/idonline.v12i39.1028. Consultado em 8 de junho de 2025 
  7. Miyazaki, Masahito; Fujii, Emiko; Saijo, Takahiko; Mori, Kenji; Hashimoto, Toshiaki; Kagami, Shoji; Kuroda, Yasuhiro (2007). «Short-latency somatosensory evoked potentials in infantile autism: evidence of hyperactivity in the right primary somatosensory area». Developmental Medicine & Child Neurology (em inglês) (1): 13–17. ISSN 1469-8749. doi:10.1017/S0012162207000059.x. Consultado em 8 de junho de 2025 
  8. Keating, Kathleen (31 de março de 2011) [1994]. The Hug Therapy Book. Center City: Hazelden Publishing. ISBN 9781616491451 
  9. Duranti, Alessandro (junho de 1997). «Universal and Culture‐Specific Properties of Greetings». Journal of Linguistic Anthropology (em inglês) (1): 63–97. ISSN 1055-1360. doi:10.1525/jlin.1997.7.1.63. Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  10. MacMillan, Amanda (12 de outubro de 2017). «Men Are More Satisfied By Bromances Than Their Relationships». TIME (em inglês). Consultado em 3 de janeiro de 2025 
  11. «Abraço Kaomoji ‭(づ ̄ ³ ̄)づ ‬ Emojis de Texto e Carinhas Japonesas Únicas no (◕‿◕) SYMBL». symbl.cc. Consultado em 8 de junho de 2025 
  12. Wu, Ruijuan (2023). Wang, Cheng Lu, ed. «It's Fun to Play: Emoji Usage in Interactive Marketing Communication». Cham: Springer International Publishing (em inglês): 893–913. ISBN 978-3-031-14961-0. doi:10.1007/978-3-031-14961-0_38. Consultado em 8 de junho de 2025 
  13. Schroeder, Carlos Henrique (17 de junho de 2016). As fantasias eletivas. [S.l.]: Editora Record. Consultado em 8 de junho de 2025 
  14. Vannuchi, Camilo (1 de dezembro de 2013). «A foto errada na capa certa: casamento gay, fetichismos visuais e produção de sentido na recepção midiática» (PDF). Signos do Consumo (em inglês) (2). ISSN 1984-5057. Consultado em 8 de junho de 2025 
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